quarta-feira, 20 de junho de 2012

Eparrei Oyá!

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza sua raiva, seu ódio. Dessa forma, passou a indentificar-se muito mais com as características relacionadas ao homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento. Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está exatamente ligada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos. Oyá é a mulher que sai em busca do sustento. Ela quer um homem para amá-la não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: Luta e vence. Iansã é a energia viva, pulsante e vibrante. Sentimos Iansã no vento forte, no deslocamento dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme, Oyá também é a Paixão pela vida. A paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir à qualquer preço. Iansã é o desejo sexual, ardente, em chamas. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. É ela quem faz nossos corações baterem mais forte, acelerado, e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, ousados, abusados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita. Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.