terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não sei nem se isso tudo é clichê

Não sei mais.
Justo eu, que sempre soube a cor do sapatinho ou os passos de amanhã.
Eu, uma menina mimada que sempre soube dizer um não e conquistar um sim, agora só não sei. Ou melhor, sei que não sei. Só penso não seis.
Não seis mesmo! E nem três! Eu quero dois ou um! E não vale adoleta também, 26 já é demais!
Não sei se vou ou fico, fico ou não fico?
Sou uma flor de espinhos, a única no planeta do Pequeno Príncipe. Para ele eu sou uma rosa vermelha, protegida em uma redoma de vidro das correntes de ar e dos tigres. Ele cuida de mim, ele me rega todos os dias. Mas sou a única? Não sei.
Também sou vermelha quando sou estrela. Sou estrela que brilha. Mas não sei se é de felicidade.
Talvez eu seja o leite, afinal, eu sou de Minas. Mas quem foi que traiu a política mesmo? É, não sei, deveria estar estudando.
Eu sei que eu sou Mel, pelo menos em apelido, por que não sei no dia a dia. Não sou. Sou quando realmente sou. Mas raramente sou. Sou em algumas vezes ao ano, em alguns destinos.
Não sou mel porque sou bicho, um bicho-mulher. Na verdade não sou ainda e também não sei se serei.
Sou um bebê, que não quer ser bebê, a não ser por uma exceção. Uma exceção, que não sabe como eu.
"Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação."
Um beija-flor quase entrou pela janela. Coincidência? Não sei. Mandei um beija-flor-correio, mas não sei se entregou. Parece que respondeu. Não sei se foi por isso que o beija-flor quis entrar pela janela. Será que ele sabe?
Sou falta, sou saudade, sou metade. Soul Music.
Um pouco mais ao Sul. Sou ali!
Sou já. Soulja girl.
Suar. Sua.
Linda. Lindinho. Indo e vindo.
Vou ou não vou? Vai ou não vai? Não sei.
Mas se fôr, vai pra onde? Pra quando?
Pra semana! Pro mês! Pra janeiro! Pro segundo semestre do ano que vem!
Pra quando? Pára quando? "Para" com a Reforma.
Não sei...
Não sabemos. mais uma vez.
Não sei nem se esse texto terminou.
Talvez eu volte aqui para terminá-lo, se eu tiver tempo.
Ou talvez não...
"I don't know, I don't know..."

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Dor que dói mais

"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Martha Medeiros

Mais um texto dela, porque a dor de saudade da T. acaba amanhã! ;]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" Cora Coralina

Existem professores para todos os gostos e desgostos, plurais ou singulares.
Tem aquele professor que sempre vai nos seus aniversários, tem o que puxa saco e o que apoia e se emociona com as suas conquistas. Também tem o que você não lembra direito, o que pega no seu pé, e aquele que nem sabe que te deu aula.
Todo estudante também teve um (ou mais) professor(es) com fama de chato: aquele só faz prova difícil e dentro da sala de aula não tolera nada além de olhar, ouvir e escrever. Com o tempo, alguns destes se transformam, outros, porém, continuam os mesmos carrancudos.
É claro que matéria lecionada pelo professor influencia muito na afinidade, como por exemplo eu, que não gosto de matemática, e como consequência, tive poucos bons relacionamentos com professores da matéria, mas não quero dizer que isto é impossível, e digo por experiência própria. Obviamente também, a conduta do aluno em sala de aula influencia muito em como será esse relacionamento, mas isso é outra história, quero falar sobre o professor.
Já tive professor que dava aula de costas pro aluno, um outro que dava aula de olho fechado e um mais discreto que dava aula olhando pro chão. Mas tive também professor que encarava o aluno que prestava atenção, professor que só dava aula pra quem está nas primeiras carteiras e professor o fazia para a sala inteira.
Tive professor que chegava na sala com desânimo e falta de vontade, professor que desprezava e maltratava o aluno, e também tive aquele que dava toda a atenção, que tratava o aluno como parte da família família, que abraçava, que beijava e que queria saber sobre o aluno. Alguns davam atenção até demais, mas, na maioria das vezes, estes tinham uma outra intenção por trás.
Falando sobre atenção, o que mais tive foram professores que não sabiam o meu nome porém os que sabiam, esses sim eram os poucos e bons.
Tive professor que que nunca gostei, tive professor só gostei depois que ele parou de me dar aula e tive professor que sempre gostei, casos completamente normais.
É indispensável também lembrar dos professores fora do ambiente escolar: os de inglês, de música, de natação, de dança, de reforço, de tênis, de computação... Que como têm menor frequência, acabam tendo menos destaque, porém, são de igual importância e às vezes até maior. Alguns, eu não lembro mais do nome e nem do rosto, outros eu lembro até das manias.
Existe professor bom, ruim, bonito, estranho, tímido, de cabelo branco, de óculos, negro, branco, gordo, de outra nacionalidade, alto, baixo, homossexual, careca, engraçado, bobagento, safado, carinhoso, antipático...
O que existem poucos, porém, são professores-educadores, que não ensinam somente o conteúdo da prova como também os conteúdos que colocarão o aluno á prova. São aqueles que educam (e não só ensinam) o aluno a ser cidadão, a ter consciência crítica, a fazer as escolhas certas, a prestar atenção á sua volta, a buscar a sua própria essência e sê-la. Estes são os que amam do que fazem, sabem o seu papel na sociedade e cumprem-no. São esses que você vai lembrar por toda a sua vida. São para eles que eu dedico esse meu texto um tanto quanto clichê e atrasado, uma vez que o dia dos professores já passou.
Obrigada a todos vocês, por me formarem intelectual, ética e pessoalmente. Me esforçarei muito ser uma professora tão marcante para meus alunos como vocês foram para mim.


Texto dedicado principalmente ao Curtt, que me trouxe á minha essência sem saber e me inspirou hoje após uma aula muito saudosa e uma conversa gostosa. Espero que um dia, por coincidência ou não, você leia.
Dedicado também: à Tia Margarete, Tia Mariana, Zé Henrique, Gilberto Santana, Gilberto Pereira, Land, Sandra, Cidinha, Sandro, Rafael, Pardal, Robson, Wagner, Paulinho, Milena, Lena, Dayanne, Gigliola, Iara, Panmela, Fernanda, Christiane, Chloe, Dianne, Jason Janas, Jussara, Fernando Anitelli que ensina compondo e Thais, que não é professora oficial ainda, mas já me ensina há anos.