domingo, 26 de dezembro de 2010

Meu sanduíche, meu preferido

Já era segunda. Já fazia um ano. Choveu à tarde no Domingo, essas chuvinhas que vêm todo Natal. Eu não cantei no toró, o Chico sim. Foi um domingo feliz, com Pequeno Príncipe, filme romântico, beija-flores, e planos, como sempre. Foi um dia de riscar alguns itens da lista da saudade: a conversa, a voz, a risada, a imagem.
Eu quis a pipoca murcha e também três sanduíches, de presunto e queijo.
E é engraçado como o presunto e queijo, apesar de ser tão clichê é necessário, está sempre presente, mesmo que um pouco ausente. De tão unidos, não merecem nem artigo mais, são uma coisa só, até pensam parecido. Se dão tão bem que não sabem nem quem são quando separados, como a nuvem e a fumaça, mas a gente nunca sabe o que é, e se for louco, e daí? As melhores pessoas são assim. No trabalho do queijo está o presunto, e o presunto na vida do queijo.
E vão trabalhar mais uma vez juntos. E a música? Aquela sinfonia do silêncio? Ela já acabou? Parou no meio? Não, ela continua, como pano de fundo, ou cenário, trilha sonora, é bom aprender isso também, sei lá, desvincular um pouco. Um pouco negrito, pois não perde o vínculo, espera o saber com esperanças, mesmo meio acanhado ou egoísta, porque dizem por aí que ela é a última que morre.
Calma alma minha, calminha, ainda não é hora de partir, e nem será, uma voz já disse (não precisa fazer tudo), e espera a outra, que virá, ou não, não sei. Clichê. Touchê!
E a calha pinga. A pia pinga. A rosquinha pinga. A pipoca murcha. O grande é príncipe. A rosa é vermelha, mas não arde mais. Expira. Suspira. Espirra. Inspira. E o presunto e queijo continua como o arroz e feijão, esperando o dia do prato, o prato do dia, prato dos dias. Quero todos os dias. Porque nem tudo é metafórico, mas eu não consigo não sê-lo.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wonder

Chapeleiro maluco: Você acha que estou ficando louco?
Alice: Sim, você é louco, completamente louco, maluco! Mas vou te contar um segredo, as melhores pessoas são assim!