terça-feira, 28 de junho de 2011

Tom aos Montes

O tom muda com as lágrimas escorridas sobre o pingo de tinta.
No quadro, estão as agulhas, as fechaduras, as alergias e os gestos, expondo a memória do corpo que guarda mágoas.
As estações mudam, as cores também.
Cores Imagens
Cores Imagens
Cores Imagens
Cores.
Não me ensina a morrer, que eu não quero.
Há diferença abstinente no prosseguir da gente.
Eu não quero me perder.
Eu não quero te perder.
Perdão você.

domingo, 26 de junho de 2011

"Eu te darei o céu meu bem!"

"Só consigo avançar se fico inteiramente em cada situação. Só ficando na dor é que damos o tão importante salto no vazio. É preciso viver o fim dos sonhos com a dor da decepção, o suficiente para sonhar novamente e viver no futuro outro fim de sonho. E é isso amigo querido, o ser humano faz escolhas e é essa a maior angústia de sermos humanos. Fazer escolhas é estar aberto."
Palavras de uma mestre querida, que me ensinou tanto do que eu sou, e do que vou ser.
É este é o meu maior aprendizado do semestre. Ao fazer escolhas, é preciso estar aberto, é preciso sofrer, e é preciso estar por inteiro, caso contrário, se perderá coisas de ambos os lados.
Eu já corro, talvez dessa vez não seja atrás do amor, mas atrás do meu sonho, por isso que eu tive que par(t)ir, "mas meu coração embora, finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação." E dói.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Há de... vir?

E onde está a felicidade? Essa mesma que eu perdi por aí...
Aquela simples leveza de ser, e aquele estado de impermeabilidade.
Vivo uma felicidade clandestina. Policiada, analisada, criticada e julgada. Aquela que de tão reprimida, não quer nem se manifestar, criada/o muda/o, aquela que conheci ano passado, e me habita, mas não pertence.
Não é que eu est/seja de todo infeliz, mas é que não estou feliz. E isso me incomoda.
Porque a felicidade está relativizada, está presa entre muros de concreto cinzas, sem palavras de Gentileza. Está escondida sob o assoalho da madeira. Está sempre perdendo o ônibus.
Não é aquela mesma felicidade dourada que sai em espiral. Não é aquela mesma bobinha, mas plena. Aquela com cheiro de café da tarde, e com companhia. Com a duração de oito horas. Aquela que é arte.
Feliz?
Cidade?
Idade?
Há de... vir?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Copa na cabana

E ir abrindo as mãos e deixando que o vento leve os grãos de areia pra onde devem ir.
Ficam a textura, a cor, e alguns restantes, o necessário.
E se fôr, o tempo se encarregará.
E se não fôr, isto ficará.
Mas o vento está aqui agora, é preciso aproveitar de deixar.
Deixá-lo. Deixá-la. Deixá-los. Deixar-se.
E deixar não é o mesmo que abandonar.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Á prova

"Os impulsos cruzados, do que sinto ou não sinto, disputam em quem eu sou."
"Se pudéssemos por o pensamento. Com exata visão adentro a vida [?] Que havemos de ter naquela hora, estranhos olharíamos."
"Deixe o futuro - porque não chegou, não é nada: só a hora presente tem a realidade."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Verde-mar

As mãos dançantes pela última vez, á hora da partida. Venta, mas elas estão seguras.
O fio que as conecta que não quer se romper, não quer que o movimento se perca, não quer que vente demais, não quer que a dança acabe. Mas o(s) navio(s) parte(m), e a barca também.
As palavras dançantes mais uma vez, que não querem partir. O toque que voltou, a segurança que voltou, aquilo que voltou. Sincero. Sin cera. Sem cera. Mas sinceramente... deixa. Ai, quem me dera!
O fio que as conecta que não quer se romper, não quer que o movimento se perca, não quer que vente demais, não quer que a dança acabe. Não se parta navio, não nos parte.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nadí

Sensualidade. Paciência. Violência.
Confusão. Poder. Medo.
Surpresa! Risada. Vergonha.
Emoção. Dor. Solidão.
Falar. Cômico. Razão. Loucura.
Tempo: passado, futuro.
Evolução. Conexão.
Namastê!

terça-feira, 7 de junho de 2011

"Mas depois de você..."

Não é que eu não goste de flechas. É que eu gosto de uma flecha.
"... os outros são os outros e só."

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Lembrete

Não fazer planos.
Ao dormir, não planejar o que comer no café da manhã
Ao acordar, não pensar no almoço. (E nem no lanche da tarde, muito menos na janta!)
Não calcular o que fazer á tarde.
Não pensar no cardápio de toda a semana porque minha comida está acabando.
Não fazer lista de compras.
E quando fazer compras, não fazer compras pro mês ponderando em quantos dias eu comerei uma alface.
Não fazer listas de "o que fazer".
Não planejar o que fazer no final de semana.
Não planejar aonde ir no final de semana.
Não planejar qual trabalho fazer no final de semana.
Não planejar as viagens. (Não comprar guias de viagens!)
Não planejar como emagrecer: o que comer, quais exercícios fazer e com qual frequência.
Nunca planejar namoros! Os navios todos já mostraram que isso não dá certo.
Não planejar o próximo ano quando este ainda nem acabou.
Não deveria ter planejado este.
Não planejar o futuro.
Parar de planejar o futuro!
Não planejar a profissão, ou seja, os futuros palcos, cursos e países.
NÃO PLANEJAR A PROFISSIONAL! Porque esses planos parecem mais distantes a cada pôr do sol. E a cada nascer também. (Incapaz, em capuz).
Não planejar o corte de cabelo.
Não planejar a hora de lavar roupa.
Não planejar em voz alta!
Não planejar o tempo.
Não planejar o sábado á noite.
Não planejar o que dizer.
Não planejar a roupa.
Não planejar as faltas.
Não planejar os aniversários.
É muito bom quando sonhos e planos se realizam, mas igualmente ruim quando isso não acontece.
Respirar no presente.

O Mar de Minas

Fiquei com saudade de um mundo que perdi (por culpa própria): o mundo do tempo comprido, arrastado (os paulistas ficam aflitos ouvindo a fala vagarosa e cantada dos mineiros....); dos móveis feitos a golpes de enxó, orgulhosos de sua rusticidade; das crianças de pés descalços na enxurrada; do cheiro dos cavalos suados; do frango com quiabo, angu e pimenta; do caldo de “ora-pro-nobis” com fubá; do café na canequinha de folha; da cadeira de vime à porta de casa; na rua, meninada brincando; meu pai fumando cachimbo; do banho de cachoeira; sobretudo, saudades do Mar de Minas.

O Mar de Minas não é no mar
O Mar de Minas é no céu
Pro mundo olhar para cima e navegar
Sem nunca ter um porto aonde chegar.....

Que coisa mais louca: uma “Maria Fumaça” resfolegando e apitando sob o mar infinito.

Minas Gerais é assim: mistério........

Por: Rubem Alves / Cenas da vida.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lápis com Mel

Escrever é a minha forma de eternizar.
Eternizar porque minha memória não tem espaço para tantos arquivos, programas, imagens e post-its.
É na ponta dos dedos e na superfície desse teclado desgastado que poetizo as minhas sensações, impressões, expressões, perguntas, lembranças, citações e tudo aquilo que está nas minhas profundezas.
É um jeito de sistematizar e organizar a bagunça interna que me incomoda.
Escrevo porque espero, com resultados, que o texto me apresente a esse lugar dentro de mim que não conheço, e que talvez assim, amanheça um sol em mim maior clareando, iluminando e fazendo-me me entender.
É também a carta de amor que falta-me coragem para entregar. É o choro segurado que não pôde sair. É o grito silenciado com amarras. É o adeus que não pude dar. É o lamento de tantos (c)ais.
Escrever é a forma mais pura de ser honesta comigo mesma, e com o outro.
Escrever é ler-me.