domingo, 26 de dezembro de 2010

Meu sanduíche, meu preferido

Já era segunda. Já fazia um ano. Choveu à tarde no Domingo, essas chuvinhas que vêm todo Natal. Eu não cantei no toró, o Chico sim. Foi um domingo feliz, com Pequeno Príncipe, filme romântico, beija-flores, e planos, como sempre. Foi um dia de riscar alguns itens da lista da saudade: a conversa, a voz, a risada, a imagem.
Eu quis a pipoca murcha e também três sanduíches, de presunto e queijo.
E é engraçado como o presunto e queijo, apesar de ser tão clichê é necessário, está sempre presente, mesmo que um pouco ausente. De tão unidos, não merecem nem artigo mais, são uma coisa só, até pensam parecido. Se dão tão bem que não sabem nem quem são quando separados, como a nuvem e a fumaça, mas a gente nunca sabe o que é, e se for louco, e daí? As melhores pessoas são assim. No trabalho do queijo está o presunto, e o presunto na vida do queijo.
E vão trabalhar mais uma vez juntos. E a música? Aquela sinfonia do silêncio? Ela já acabou? Parou no meio? Não, ela continua, como pano de fundo, ou cenário, trilha sonora, é bom aprender isso também, sei lá, desvincular um pouco. Um pouco negrito, pois não perde o vínculo, espera o saber com esperanças, mesmo meio acanhado ou egoísta, porque dizem por aí que ela é a última que morre.
Calma alma minha, calminha, ainda não é hora de partir, e nem será, uma voz já disse (não precisa fazer tudo), e espera a outra, que virá, ou não, não sei. Clichê. Touchê!
E a calha pinga. A pia pinga. A rosquinha pinga. A pipoca murcha. O grande é príncipe. A rosa é vermelha, mas não arde mais. Expira. Suspira. Espirra. Inspira. E o presunto e queijo continua como o arroz e feijão, esperando o dia do prato, o prato do dia, prato dos dias. Quero todos os dias. Porque nem tudo é metafórico, mas eu não consigo não sê-lo.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wonder

Chapeleiro maluco: Você acha que estou ficando louco?
Alice: Sim, você é louco, completamente louco, maluco! Mas vou te contar um segredo, as melhores pessoas são assim!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não sei nem se isso tudo é clichê

Não sei mais.
Justo eu, que sempre soube a cor do sapatinho ou os passos de amanhã.
Eu, uma menina mimada que sempre soube dizer um não e conquistar um sim, agora só não sei. Ou melhor, sei que não sei. Só penso não seis.
Não seis mesmo! E nem três! Eu quero dois ou um! E não vale adoleta também, 26 já é demais!
Não sei se vou ou fico, fico ou não fico?
Sou uma flor de espinhos, a única no planeta do Pequeno Príncipe. Para ele eu sou uma rosa vermelha, protegida em uma redoma de vidro das correntes de ar e dos tigres. Ele cuida de mim, ele me rega todos os dias. Mas sou a única? Não sei.
Também sou vermelha quando sou estrela. Sou estrela que brilha. Mas não sei se é de felicidade.
Talvez eu seja o leite, afinal, eu sou de Minas. Mas quem foi que traiu a política mesmo? É, não sei, deveria estar estudando.
Eu sei que eu sou Mel, pelo menos em apelido, por que não sei no dia a dia. Não sou. Sou quando realmente sou. Mas raramente sou. Sou em algumas vezes ao ano, em alguns destinos.
Não sou mel porque sou bicho, um bicho-mulher. Na verdade não sou ainda e também não sei se serei.
Sou um bebê, que não quer ser bebê, a não ser por uma exceção. Uma exceção, que não sabe como eu.
"Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação."
Um beija-flor quase entrou pela janela. Coincidência? Não sei. Mandei um beija-flor-correio, mas não sei se entregou. Parece que respondeu. Não sei se foi por isso que o beija-flor quis entrar pela janela. Será que ele sabe?
Sou falta, sou saudade, sou metade. Soul Music.
Um pouco mais ao Sul. Sou ali!
Sou já. Soulja girl.
Suar. Sua.
Linda. Lindinho. Indo e vindo.
Vou ou não vou? Vai ou não vai? Não sei.
Mas se fôr, vai pra onde? Pra quando?
Pra semana! Pro mês! Pra janeiro! Pro segundo semestre do ano que vem!
Pra quando? Pára quando? "Para" com a Reforma.
Não sei...
Não sabemos. mais uma vez.
Não sei nem se esse texto terminou.
Talvez eu volte aqui para terminá-lo, se eu tiver tempo.
Ou talvez não...
"I don't know, I don't know..."

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Dor que dói mais

"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Martha Medeiros

Mais um texto dela, porque a dor de saudade da T. acaba amanhã! ;]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" Cora Coralina

Existem professores para todos os gostos e desgostos, plurais ou singulares.
Tem aquele professor que sempre vai nos seus aniversários, tem o que puxa saco e o que apoia e se emociona com as suas conquistas. Também tem o que você não lembra direito, o que pega no seu pé, e aquele que nem sabe que te deu aula.
Todo estudante também teve um (ou mais) professor(es) com fama de chato: aquele só faz prova difícil e dentro da sala de aula não tolera nada além de olhar, ouvir e escrever. Com o tempo, alguns destes se transformam, outros, porém, continuam os mesmos carrancudos.
É claro que matéria lecionada pelo professor influencia muito na afinidade, como por exemplo eu, que não gosto de matemática, e como consequência, tive poucos bons relacionamentos com professores da matéria, mas não quero dizer que isto é impossível, e digo por experiência própria. Obviamente também, a conduta do aluno em sala de aula influencia muito em como será esse relacionamento, mas isso é outra história, quero falar sobre o professor.
Já tive professor que dava aula de costas pro aluno, um outro que dava aula de olho fechado e um mais discreto que dava aula olhando pro chão. Mas tive também professor que encarava o aluno que prestava atenção, professor que só dava aula pra quem está nas primeiras carteiras e professor o fazia para a sala inteira.
Tive professor que chegava na sala com desânimo e falta de vontade, professor que desprezava e maltratava o aluno, e também tive aquele que dava toda a atenção, que tratava o aluno como parte da família família, que abraçava, que beijava e que queria saber sobre o aluno. Alguns davam atenção até demais, mas, na maioria das vezes, estes tinham uma outra intenção por trás.
Falando sobre atenção, o que mais tive foram professores que não sabiam o meu nome porém os que sabiam, esses sim eram os poucos e bons.
Tive professor que que nunca gostei, tive professor só gostei depois que ele parou de me dar aula e tive professor que sempre gostei, casos completamente normais.
É indispensável também lembrar dos professores fora do ambiente escolar: os de inglês, de música, de natação, de dança, de reforço, de tênis, de computação... Que como têm menor frequência, acabam tendo menos destaque, porém, são de igual importância e às vezes até maior. Alguns, eu não lembro mais do nome e nem do rosto, outros eu lembro até das manias.
Existe professor bom, ruim, bonito, estranho, tímido, de cabelo branco, de óculos, negro, branco, gordo, de outra nacionalidade, alto, baixo, homossexual, careca, engraçado, bobagento, safado, carinhoso, antipático...
O que existem poucos, porém, são professores-educadores, que não ensinam somente o conteúdo da prova como também os conteúdos que colocarão o aluno á prova. São aqueles que educam (e não só ensinam) o aluno a ser cidadão, a ter consciência crítica, a fazer as escolhas certas, a prestar atenção á sua volta, a buscar a sua própria essência e sê-la. Estes são os que amam do que fazem, sabem o seu papel na sociedade e cumprem-no. São esses que você vai lembrar por toda a sua vida. São para eles que eu dedico esse meu texto um tanto quanto clichê e atrasado, uma vez que o dia dos professores já passou.
Obrigada a todos vocês, por me formarem intelectual, ética e pessoalmente. Me esforçarei muito ser uma professora tão marcante para meus alunos como vocês foram para mim.


Texto dedicado principalmente ao Curtt, que me trouxe á minha essência sem saber e me inspirou hoje após uma aula muito saudosa e uma conversa gostosa. Espero que um dia, por coincidência ou não, você leia.
Dedicado também: à Tia Margarete, Tia Mariana, Zé Henrique, Gilberto Santana, Gilberto Pereira, Land, Sandra, Cidinha, Sandro, Rafael, Pardal, Robson, Wagner, Paulinho, Milena, Lena, Dayanne, Gigliola, Iara, Panmela, Fernanda, Christiane, Chloe, Dianne, Jason Janas, Jussara, Fernando Anitelli que ensina compondo e Thais, que não é professora oficial ainda, mas já me ensina há anos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

My freedom

"I love tap because it's the way I can fully express myself, it's the freest way possible, there are no limitations. It's my (?) language. Tap dance is pure energy, and spirit, and love, and it's the best way for me to get my point across. And I am able to share a lot of what I've learned in life with other people through tap dance. One of the lessons that I can say I learned: I stopped worrying about how people was going to judge my performance. And the moment that I stopped caring about those things, then I was really free to express myself completely and it took my art into another level and it's making able to me to share my art with others, in a level that I couldn't do before I let go those judgments"

Jason Samuels Smith

"When I'm tap dancing it is the ultimate release. There's nothing, no better feeling and regards to self-expression for me. The fact that I can create music with my body it's like the ultimate combination, i t's so wonderful! I can be in a room by myself, put on my shoes and be in a zone. Anything I'm going through from frustating: it's there. If I'm happy, it's there. If I'm, you know, sentimental, it's there. And it's organic, and it's real. And I'm just so thankful that I have something in my life that is the ultimate freedom for me. It's a way to say there are no rules, there are no boundaries, there are no boxes, this is what I'm feeling, this is the moment and I can make it up."

Chloe Arnold

http://www.facebook.com/video/video.php?v=491288631258

Two of the greatest masters, the two non-regular teachers that taught me the most. Thank you for all! I'll work to be like you guys someday...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mal de Alice

A embalagem da batata Pringles tá menor, você percebeu? A do Sucrilhos também, mas relaxa, fizeram uma de 500g também, agora ou você compra quase nada ou mais do que vai comer. Os desodorantes adquiriram uma embalagem mais moderna, curvilínea pra ficar "mais bonito" e pra você logo precisar de mais. O sanduíche do Açaí da Terra que transbordava o recheio eu comi em 6 mordidas na semana passada, e não era fome. Um chocolate de 50g custa quantas vezes mais caro que um pão francês? Você já fez as contas? Na época dos nossos pais quase ninguém tinha dinheiro para comprar brinquedo, quem tinha brinquedo que era especial, será que hoje as pessoas tem mais dinheiro? Ou a "necessidade" de comprar brinquedos é muito maior do que naquela época? O lanche na cantina aumentou o preço. Fiquei sem comer por causa dos malditos 0,25 centavos. Será que sou só eu que me incomodo?
Tenho um pouco de anos 60.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Comer, Rezar e Amar

"Por uma simples questão de princípios, eu não imporia essa minha pessoa desanimada, derrotada e velha ao adorável, inocente Giovanni. Sem falar que eu finalmente havia chegado à idade em que uma mulher começa a questionar se a maneira mais sensata de superar a perda de um lindo rapaz de olhos castanhos é mesmo levar outro para sua cama imediatamente. É por isso que já faz muitos meses que estou sozinha. É por isso, na verdade, que decidi passar este ano inteiro sozinha."
Elizabeth Gilbert

Porque eu quero ver o filme, e queria ler o livro se eu tivesse tempo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Espelho, espelho meu...

É isso! Você é incapaz de amar os outros! Só ama a si mesma. Não gosta do que é fácil, mas gosta dos benefícios que isso pode lhe trazer. Você gosta do que é difícil, para que você se esforce em vencê-lo, e quando conseguir, fortalecer seu ego. Mas depois de vencido, ele se torna somente outro fácil, e você descarta também, não é? Ego no centro. Egocêntrica.

domingo, 10 de outubro de 2010

?



Acredita: ainda...

É lei

Porque é íntimo, e não banal, ou carnal. É atemporal também. E é bonito porque é completo e dá certo. É natural e não dá medo, só confunde. É uma vontade pura, não poderia ser igual. Dá saudade, como não? É até apaixonado, você sabe... E é uma pena né?

sábado, 9 de outubro de 2010

Entre laços

Não é uma manhã ensolarada, inclusive, acho que até chuviscou. Mas nenhuma tem o seu brilho. Passamos a noite quase em claro e estamos cansados, mas felizes, e ansiosos. Eu acordo primeiro e vou lhe acordar. Com a sua enrolação acabo me enrolando também: deito de novo. Dormimos juntos por algum tempo, mãos entre laços. Acorda primeiro, e tenta me acordar. Um carinho, sorrisos mudos, às vezes os olhos abrem para sorrir também e já se fecham em um protesto: não querem acordar pro último dia. Continua tentando, faz piadas de narizes, recebe um tapa e um sorriso. Faz um passé developpé, recebe um tapa e um sorriso. Faz algo contemporâneo, recebe um tapa e um sorriso. Canta, recebe um tapa e um sorriso. Faz mais uma piada, recebe um tapa e um sorriso. Riem. Trocam olhares profundos e sem pressa. Beija-me a mão, olham o relógio e acordam apressados.
Não queria ter acordado. Melhor seria se esse sonho tivesse se prolongado, como querem dentro de mim. Mas parece que a certeza finalmente lhe chegou né? Apesar de a cerveja dizer que não (e eu querer acreditar nela), ela chegou. Te sinto distante, em presença e peso.
Mas preciso confessar algo: de olhos fechados, estou na manhã daquele sonho, consigo sentir-te e carinhos não me incomodam, fazem com que revivê-lo pareça aindamais real, até que eu abro os olhos e me desaponte: não é você.

domingo, 3 de outubro de 2010

A memória em história

Parece que o ônibus sabia que a gente voltava. Depois de quatro dias sem nem vestígios da realidade aqui, os assuntos foram voltando, os problemas, as tensões, os telefonemas sem resposta... E todas as risadas dos últimos dias perderam sua purpurina como o cartão postal. Em um grupo: a discussão sobre o futuro. Em dupla: a confissão. Na entrada: a negligência. Na chegada: o desespero. No carro: o choro. No outro carro: a briga. No banheiro: as espinhas. Na rotina: a solidão engolida, os assuntos acumulados, a saudade.

"Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here"

Rede de esgoto

Para as mães do futuro: pensem muito bem se você consegue mesmo cuidar de outra pessoa que não seja você.
"Mãe ensina 24h por dia, ela não ensina só 1h e vai embora. Ela quer ouvir, aconselhar e ensinar o dia todo"
Evitem outros erros.

Uai

Festa junina é festa de gente da roça. Gente da roça é gente do interior. É gente que fala errado e puxa o erre. É gente preguiçosa. É gente careta. Para ir em uma festa junina coloque uma roupa brega, de chita, xadrez com um laço atrás. Faça pintinhas no rosto, exagere no blush, faça maria chiquinhas.
Me lembra o Chico Bento quando ele vai visitar o primo na cidade.

domingo, 19 de setembro de 2010

Nós

Às vezes eu acredito em sinais. Talvez o coração por um fio e as mãos descosturadas tenha sido mais um. A hora chegou, apesar de ainda ser difícil.
Eu sempre ficava nervosa sabia? É, depois de todo esse tempo. Será que alguém pensou em como eu me sentiria? Olha, já estive melhor... Lembra que era minha música? Não né? Enrolamos demais. Um nó. Vários.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um dia anormal

Bastaram os cinco primeiros degraus para que eu sentisse a diferença. Faltava algo aqui, faltava alguém. Meus olhos umedeceram e lentamente foram caindo lágrimas na blusa rosa choque. Já era tarde e a casa estava vazia. Faltava alguém pra cuidar de mim. Não tinha ninguém na porta à direita para contar que eu tinha tomado Y., mas eu entrei mesmo assim. Entrei pra ter certeza de que era real, pra ver o saquinho do cadeado no chão, a O. em cima das revistas, o guarda-roupa vazio. Deitei na cama, peguei o J., e lamentei a falta. Lembrei das últimas palavras: "uma surpresa".Corri para o meu quarto e revirei a bagunça já revirada em busca de um pedacinho dela, e atrás da porta, encontrei a contagem regressiva: 68 dias para o seu retorno. Comecei a ler o calendário, enquanto berrava aos prantos que ela não fosse. Eu queria que ela estivesse aqui em cada dia daquele calendário, em cada evento em destaque. Eu preciso dela aqui. Abracei a porta, como se ela pudesse me consolar um pouco. Voltei para o quarto ao lado e chorei.
Na hora de dormir, aposentei a ameba. A partir daquele dia até o fim dos outros 68, eu dormiria com o travesseiro dela e o J., e foi o que fiz. Faltou alguém ali na cama também.
Acordei no dia 67 como um dia normal.Fiz o primeiro x vermelho. Fui escovar o dente e faltava uma escova de dente. Fui ao seu quarto para checar de novo o que eu já tinha certeza. Aprontei, coloquei o chinelo que ela me deu, tentei achar um moletom dela, desci e fui fazer a vitamina de abacate. Lembrei que na semana passada eu fiz uma pra nós, ficou aguada. Coloquei a vitamina no copo do Shrek, ela riu de mim quando eu ganhei o copo.
Entrei no carro, e fui pra escola. No caminho, vi um U. amarelo. Lembrei das diversas vezes que eu via o carro e lhe chamava a atenção.
Cheguei na escola: dor de cabeça. Ela veio, como visitante assídua das minhas manhãs escolares, e permaneceu até o fim desta.
Segundo horário: História. O professor colocou um mapa do Leste Europeu, e começou a falar dos países ex-integrantes da URSS, entre eles, a B. Depois, ele falou da I., citou D. e até colocou uma foto de um pub que acredito eu foi o que ela visitou quando esteve na cidade.
Intervalo: foi difícil conversar com a amiga sobre a partida. Os olhos ficaram molhados de novo, mas segurei.
Pensei nela, mandei mensagem. Esperei a resposta, que só depois vi que chegou por email.
A manhã terminou, hora do tal almoço da quarta-feira. Esperei na esquina, a pessoa que iria me buscar. Não era ela esperando pra me dar um tchauzinho dentro do M. preto.
Cheguei no almoço, tínhamos visitas. Já imaginei o olhar que seria trocado caso ela estivesse ali. Tinha peixe, e frango. Peguei o frango, pensando que ela faria o mesmo, e comi com a mão, faltou alguém para partir pra mim.
Ao final do almoço, sentei no sofá e enquanto esperava alguém para me buscar, dormi. Dormi uma hora e dez minutos, até que chegasse alguém. Faltou nessa hora também.
Cheguei em casa, o banheiro estava uma bagunça. Ela pediria que eu arrumasse, então eu arrumei.
Não tive vontade de fazer nada, deitei na cama e acabei dormindo a tarde inteira. Talvez tenha sido menos difícil.
Fui para a C. O primeiro assunto: a partida, mas dessa vez não me segurei, chorei e muito.
Cheguei em casa, subi os mesmos cinco primeiros degraus, e desci correndo chorando. Abracei minha mãe.
Fui na locadora devolver o filme, e depois pro S. comer um sanduíche. Chorei pensando que era ela que me levava pra comer comidas diferentes em lugares diferentes.
Tentei ligar várias vezes, não atendeu.
Ainda falta a melhor amiga pra eu contar sobre esse dia completamente anormal.

Acho que essa falta vai diminuindo né J.? Estou feliz que ela está indo, só não gosto de ter que ficar longe.
Meus olhos ardem de tanto chorar.
Vou fazer o segundo x agora.

sábado, 4 de setembro de 2010

Love yourself first

Dear Max,

I don't want to be selfish but I don't understand why do people needs a boyfriend.
I had a friend who has spent her entire life saying she didn't like dating, or marriage. Then,all of a sudden, she started dating someone, and ever since she's changed. I also found pictures of wedding dresses at her stuff.
I have another friend who changes while dating someone too. She spends all her weekends on the boyfriend's house, forgeting about her real life and her two kids.
I don't have a boyfriend, although I used to want one sometimes. But I don't anymore, they didn't want me as well and I'm learning to have some good friends instead. My best friend lives far away, I wish we lived closer because we really get along well, and I like being with him. He doesn't have a boyfriend to, but he would like to.
While I'm writing this letter to you, I'm alone in a saturday night. Saturday nights are dating nights, so, everyone I like to be with is dating right now, and I'm at home, because I don't have a boyfriend. I think boyfriends always comes first in people's preferences list.
I had another really good friend who lived here with me and was my company in saturdays nights, but he is not here anymore. He ran away one year ago, I think he left to look out for his boyfriend too.
But I like to have you to talk to. I feel less alone.
Do you understand why do people need boyfriends?

Your australian friend,
Mary

PS: I'm sending you a chocolate box I got at my birthday. I'm addicted to chocolate!
PSS: I've been really "confuzzled" about everything lately, what should I do?
PSSS: Do you have any tip for loosing weight?

domingo, 25 de julho de 2010

Contratempos e Tempo

Preciso de um Tempo pra mim.
Durante esse Tempo peço que não cobrem nada de mim, não peçam que eu faça nada, não briguem ou alterem o tom de voz comigo, não me dirijam aqueles Olhares, não dêem motivos para meu choro ou angústia, não me desapontem, não digam que eu faço tudo errado, ou que preciso me organizar ou que preciso parar de me mutilar, eu sei, e as chamadas de atenção rotineiras não provocam uma grande mudança. Não falem dos seus problemas em minha presença, por favor, eu já tenho os meus, sem tempo disponível para serem resolvidos ou dialogados, e ouvir os dos outros desperta em mim o sentimento de culpa ou de compaixão, a vontade de, sem recursos para tal, resolvê-los. Não me abandonem e não me prive de minha felicidade, aceitem onde ela está e fiquem felizes por tê-la encontrado.
Ouçam o meu desabafo contido. Enxuguem as minhas lágrimas se for preciso. Me consolem. Deixem que por um tempo eu preste atenção só em mim. Não é preciso falar nada, quero ouvidos e colos. Me abracem. Cantem alguma música para mim. Se eu fizer algo legal, reconheça. Entendam que, apesar de gostar de fazer ou concordar com vocês, eu preciso desse Tempo, para que todos os nãos sejam suportáveis.
Agradeço desde já.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ponto final

Tenho medo do fim. Não gosto de hipóteses, acho que cada um merece seu final feliz. Maldita seja a tal da Carochinha

O silêncio da pausa

"Silêncio são os sons não-intencionais"
Isso explica aquela sinfonia.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Smile

O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar?
Uma rua? Passear?
Um doce, uma dança, um beijo ou goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde, arroz com feijão, matar a saudade, o aumento, a casa, o carro que você sempre quis, ou são sonhos que te fazem feliz?
Dormir na rede, matar a sede, ler ou viver um romance?
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa, um cafuné, café com leite, rir atoa, um pássaro, um parque, um chafariz, ou será o choro que te faz feliz?
A pausa pra pensar, sentir o vento, esquecer o tempo, o céu, o sol, o som, a pessoa, ou o lugar?
Agora me diz, o que faz você feliz?

Feliz dia do amigo J.
Tenha um ótimo novo dia!

domingo, 18 de julho de 2010

Pausas são sons

Luft: s.m. 2. Ausência de ruído.
Discordo, ouvia uma sinfonia em mim.

Não sei, leia na minha camisa

Talvez eu devesse ficar quieta, mas é difícil

Fique peixe

Querido J.,

Na minha falta em traçar limites, impuseram-me um. Bem-feito, todos me avisaram!
Talvez também estejam me mostrando que é impossível ser completamente independente, precisamos de alguém, seja pra tomar banho, amarrar o cabelo, chorar, estar sempre no quarto ao lado, ou na janela laranja embaixo.
Acho que eu entendi o propósito, quem sabe à força eu aprenda!
Não deixe que ela escorregue e te traga mais dor!

M.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Camarada, viva a vida mais leve!

Conversa de adulto:
- Oi? Tudo bem, como você está?
- Tudo bem, uma correria!

Nunca pensei que em tão curto intervalo de tempo seria uma fala minha. Será que não me deram o script errado? Não consigo representar esse papel bem, e não conseguir fazer as coisas bem me deixa tensa. Grito, xingo, dou oportunidade para as varizes, como, mexo nas espinhas, e como diz S., sou um monstro. Mas como levar a vida mais leve?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crise existencial, a mesma de todo o meu sempre



Querido J.,

Talvez o problema seja meu: excesso de ingenuidade. Desde a época de prézinho ouço os conselhos de minha mãe: - Não seja tão boazinha com todo mundo, porque não vão podem te oferecer tudo o que você quer.
Mas nunca aprendi a lição, nem na terceira, nem na quarta, nem na oitava, nem no terceiro. Continuo esperando demais, quantas cartas já escrevi disso?
É pedir demais?
Você se interessava...
A T. tenta, fico feliz!

M.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Vento na Ilha

Pablo Neruda

A dois passos

Foi um semestre de perdas, o que foi bom. Não é insensibilidade, é claro que eu perdi as minhas peças preferidas, e os sonhos e as lembranças entrelaçadas aos seus fios, porém agora quase nu, estou de volta à minha forma natural do Paraíso, me conheço em singularidade, em cada articulação, em cada nó, talvez tenha sido a ajuda da Graham.
E não me interessa procurar esse perdido, nem São Longuinho há de me ajudar, ele também vê não muito longe daqui o achado e entende o quanto preciso dele para construir-me. Não se preocupe, apesar da aparente fragilidade, sinto a força interna das luzes roxa e dourada, livrar-me do outro foi apenas uma maneira de alcançar essa naturalidade, é uma parte do processo. Estou segura. Todos precisam do nu artístico para aprender a ser essência, muito mais. Quem foi que disse que o nu artístico é ruim?

sábado, 3 de julho de 2010

Diouquinho



Querido J.,

"Pois você sumiu no mundo sem me avisar e agora eu era um louco a perguntar:
- O que é que a vida vai fazer de mim?"
C.B.

Espero você pra vir comer conosco!
Eu amo você!

Com muito carinho e saudades,
M.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eu caso, sem caso

Nem J., nem C., nem homem, nem mulher, nem menino, nem menina, nem árvore. Nadie.
Promessa é dívida.
Pena que não é válida, não sei.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

(In)Felicitações



Querido J.,

Eu estava sentada no sofá assistindo a um programa na televisão (cena raríssima por sinal) e fui buscar uma água para mim. Na hora de abaixar o "pé" do sofá, olhei embaixo para ver se você não estava lá para não te machucar, você não estava.
Outro dia, eu estava comendo pipoca quando, por falta de atenção, deixo cair uma no chão. Chamo você, mas você não vem.
Na chegada em casa, toda vez que o portão abre espero ver você sentado, esperando ansioso pela hora que eu descerei do carro para te mimar. Mas vejo o ar.
Minha calça vermelha e preta tem os furos dos seus dentes por cauda das várias vezes que você a mordeu e se arrastou aos meus passos zelando pelo seu tempo no meu dia, nem que fosse através de uma bronca. São furos antigos, não encontro os atuais.
Todo dia de manhã tomo o meu leitinho precioso, o seu está intacto.
As noites estão mais pesarosas e o meu fardo ainda mais pesado. Tentei a tática de ignorar, não consegui por completo. Preciso mapear-me desde o dia 01 de abril de 2009, o dia D. Só não tenho a quem fazê-lo, você era o meu cartografista. Ainda é, claro! Mas infelizmente não é sempre que recebo as suas cartas em resposta. Não tenho ninguém que saiba traçar meus m.g tão bem quanto você, nem quem queira sentar, ver a cidade e ouvir-me. Não tenho mais ninguém sólido. T. ; C.; S.(?); Os que fazem-me sentir menos sozinha estão a quilômetros de mim, todos eles. Injusto isso não? Torça para que eu consiga realizar esse meu objetivo, algumas dessas distâncias serão aproximadas.Ainda não acostumei com a presença da ausência. Intimamente não, principalmente a sua!
Parabéns pela meia década!
Me desculpe ter faltado com suas festinhas sempre, dessa vez eu lembrei, mas cheguei atrasada.
Espero que tenha comido algum docinho por aí em comemoração! Talvez algum que tenha caído também!

Com amor,
M.

"A noite cai, o frio desce..."

Noite

A noite, com sua
partitura de mistérios
faz música.

Fecho os olhos
e ouço o som
do universo
como se fosse
um zumbido
de anseios e luz.

Caminho sobre
a linha invisível
dos desejos.

Roseana Murray

terça-feira, 22 de junho de 2010

Crise existencial (nem a mesma, nem de sempre)

Tem gente que nasce pra algumas coisas.
Ele nasceu pra improvisar.
Ela para coreografar.
Eles para dançar: jazz, dança contemporânea, ballet, sapateado.
Ela para passar no vestibular.
Sem esforço, com poucas gotas de suor, fazem tudo aquilo que demoro minha vida inteira para fazer apenas bem (com muito esforço) MUITO bem e muito melhor do que conseguirei fazer qualquer dia.
Como se já nascessem executando a sua especialidade.
Isso me desanima muito, não nasci pra nada!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Luft: 4. Reação a um estímulo exterior.

Para lembrar que quero escrever de algo, mas não agora!

Mar e mo(r)te

Agora sim madura. Ou menos crua. Um dia faz diferença sim.

Eram seis.

Etapa 1: Experiência. Conhecimento entre nós, com riscos e equívocos. "Tenho que ser Barbie, só assim vou curar minha solidão" (que bobagem, solidão não se cura! Ou pelo menos só passa por um instante, até que a contagem regressiva finde e chegue o outro instante. Pelo menos a minha é assim.). Olhos atentos para reproduzir a forma do outro na minha, e não negue, tem que caber! Mundo.

Etapa 2: Amplitude máxima. Auto-conhecimento, obrigada Cíntia. Arrependimento, desculpa-me. "Quero ser essência, se forem gostar de mim, que seja por isso". Imagem e ação. Gargalhada. Coletividade. Olhos para mim, paisagem que não conhecia. Nós.

Etapa 3: Esgotamento. Conhecimento a cada um. Decepção. Poucos olhos para o muito meu. Pressão, tensão. Obrigação. Alienígena em mundo desconhecido, diálogo em outra língua. "Quero ser estar com quem me entende. Meu grupo não está aqui!" Parte em um pólo, parte em outro. Desinteresse alheio. Olhos que observam, dizem, atacam. Fujo. Incomodam-me. Eu.

Um mar que tem fim. Talvez seja a hora de entender isso.
Nem tudo é infinito.

domingo, 20 de junho de 2010

Se agregar não é segregar

Há mares que não tem fim. Há mares que tem fim.
Por enquanto, imatura para falar do assunto.

sábado, 19 de junho de 2010

Diagnóstico

Linhas de expressão, rugas e pontos brancos
Arranhados
Queimados
Marcas roxas
Olhos fundos e arroxeados
Mãos novas com idade, cansadas
Muito volume, de todo indesejado. Redondo
Quadrada também
Pontos vermelhos, amarelos, marrons, beges. Buracos. Monstro
Fios em excesso ou em falta. Divididos. Secos. Pela alva cerâmica. Por toda parte
Pingos
Calos.
Marcas do ontem
Cariado. Carente. Carece. Cara. Caroço.
Transparentes e tortuosas
Escora. Score. Escoliose. Estrago
Lerdo. Lordose. Gregory
30%. Falta. Surdo. Chiclete. Balão
3. Torto. 2,5.
R. G. GRA. GARA. GGA. Cogueogafia
Bichado. Bicho da goiaba.
Ninguém cuida, nem eu. Ou melhor, quase ninguém;
Odeio falhar, desculpa-me!
Talvez eu morra mesmo com gripe suína.

Jogo da Velha

Muito, mas nada de novo.
Dessa vez, com um X escancarado em vermelho, como se eu não soubesse... Eu sei! Mas é involuntário, como un payaso que grita.
Tudo X. Tudo errado. Nunca faço as escolhas certas, ou é 8 ou 80. Ou será que estou adiantada nas escolhas?
Ou recuso ou o agente é a terceira, no caso, do plural.

Sem palavras

De tão triste, não falava. Fantasma maldito! Eu não acredito em coincidências.
Queria escrever algo sobre esse episódio, ou seria uma novela?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Espírito de velha

Ali está ela de preto, na cadeira de balanço, tricotando um casaquinho enquanto divaga entre uma receita e outra em busca da melhor opção para aquela noite. Na verdade não havia nada de especial naquela noite, era uma qualquer como todas as outras em que ela colocava um cd do Chico Buarque ou do Tom Jobim no último volume, fazia uma receita doce nova e passava horas pensando sobre sua vida ou escrevendo cartas.
Uns dizem que sua reclusão começara no episódio do navio. Outros, que começara no dia em que todas as outras fugiram sem mais nem porquê. Eu acredito que é uma característica própria que ela sempre tentara esconder, mas não escondera de si própria. Não sabemos, ninguém sabe, acho que nem ela.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores

Não lembro cores, apesar de querer que, em vezes como essa, fosse assim. Imagine só, retrataria por pinceladas abstratas as emoções mil que me envolvem, seria até bonito. E muito mais fácil também. Tenho a tendência de cair no meu clichê de substantivos vomitados a sós com um certo tom de mistério. Às vezes, consigo até ouvir a música de efeito em meus textos: tã nã nã nãã...
Sei lá, eu lembro emoções. Lembro do arrepio e do tremor esvaindo-se do toque e dos poucos segundos que bastavam para que as lacunas estivesses completas. E aquela cerca viva que me matava há tempos, era a lenha da minha lareira interna. Conforto.
Eu também lembro dos agrados, chamegos, carinhos, ósculos, entre-laços, olhares, piscadas, caminhada, risos, diálogo, barulho, massagem [...] Como a relação dos azuis com Pandora: orgânica, natural e ...
Ahh se... (sorriso triste)
Volto ao clichê! Sei lá.
E lembro porque minha memória empretejada me trai: priva-me do que queria infinito e arquiva a sete chaves o que não quero. Não me leve a mal, se não quero eternizar é uma forma de resguardar-me diante de tamanho impasse. Entende? É difícil... Eu queria lembrar cores também!
A existência da mesma crise é de sempre, mas se por algum acaso ela definir-se a favor, grita!
Por enquanto, durma com os anjinhos e não cai da cama!
Se cuida!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Felicidade sim...

E depois de tanto pertencimento, preenchimento e libertação, a estrada pontuada me traz de volta à rotina desinteressante e desinteressada. Até acreditei que seria diferente, mantive-me entrelaçada a mim, mas que utopia! Nada mudou, eu quero quebrar essas xícaras. O mundo é um olho que me incomoda e me sufoca. Fujo novamente.
Querido J., me encontrarás na oca de minha tribo, será que você também tem a sua?

sábado, 24 de abril de 2010

Curtas

Meu querido J.,

Me desculpe as cartas-telegrama rápidas e sem detalhes, estou correndo atrás do tempo, e não dá pra formular textos explicando tudo, apenas escrevo as idéias principais.
Então, estou enviando pra você minhas reflexões principais dos dias que se passaram.
Se quiser lê-los em ordem cronológica, o primeiro é o da Carochinha.
Depois conversamos com calma para desabafar um pouco.

Apareça aqui, para um café quem sabe...
M.

Vinícius de Moraes

"Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado de pequenos absurdos, essa capacidade de rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil..."

É única!

"O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante…" Saint Exupery

Sossego

Para a tartaruga, o casco. Para o coelho, a toca. Para o esquilo, o tronco. Para o joão-de-barro, o ninho. Para a abelha, a colméia. Para cada macaco, o seu galho. Para mim...

Clarice Lispector II

Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz.

"Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom, bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum"

"Tenho por princípio nunca fechar portas, mas como mantê-las abertas?" Adriana Calcanhoto

Her morning (and day) elegance

"And she fights for her life, as she puts on her coat..."

"Corro atrás do tempo; Vim de não sei onde; Devagar é que não se vai longe" Chico Buarque

Clarice Lispector

E ela não passava de uma mulher, inconstante e borboleta.

Des-integração

"Vivo tão encolhida no meu canto, entre minhas paredes, que qualquer desvio dos trilhos cotidianos me transtorna." Lya Luft

Desintegração

Desabo. Desfaço-me cada vez mais. Logo, não haverá mais de mim!

O Grito - Edvard Munch

Sem porques, nem definicao clara: amorfa. Ponto final.

"Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei. não sei. Não sei se fico ou passo." Cecília Meireles

Paz Armada particular

Incrível como sem nem ouvir uma ameaça já sai com a faca na mão. Inspiração, expiração.
Por que será que a primeira é tão difícil?

"Que contradição: só a guerra faz nosso amor em paz"
Gilberto Gil

Dona (da) Flor ?

Tanto contraste que ate me espanta, e apesar de tudo a esquerda atrai por que sera ne? Mas por enquanto, sigo em frente. (Crises Florais)

"De volta ao lugar de onde eu vim..."

De volta ao inicio.Retrocesso ou amadurecimento? Seria a vida um ciclo?

Mas, por outro lado...

Paradoxos: muito, mas nada. Vários, mas nenhum. Tenho vivido de paradoxos.

Errata, disfarça

Um ano é muito tempo. Amanhã faz um ano, e ainda se encontra um sorrisinho bobo e uma euforia . Talvez tenha sido o navio mais marcante.

Engrenagens

Um roxo significa falta de cuidado? Um atrás do outro pra me lembrar de cuidar de mim.

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma..." Lenine

Da Carochinha, e não das fadas

O sapato de salto não me cabe mais. Não sou Cinderela, ser a gata borralheira me interessa mais, cabe a essência, o ser

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Do excesso a escassez, o que é saudável?

A oscilação entre dois pólos tão distintos me angustia, o que é saudável? É o primeiro momento, de bem-estar generalizado? Ou será que é o segundo? Dessa falta de jeito?
Talvez seja o início.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dedos cruzados

With the right step she'll try her chances somewhere else...

"Pursue the things you love doing,do them so well that people can't take their eyes off you. All other tangible rewards will come as a result." Maya A

terça-feira, 13 de abril de 2010

Olhares

(Socar, global, rapido, pesado, interrompido, sem nivel)
- Cala a boca!
- Oi!
- Seu lugar nao e aqui
- Que idiota
- Nossa!
- Que horror!
- Por que?
- Faca direito!
- Irresponsavel
- Pra que tanta felicidade?
- Queria estar ai
- Amo voce!
- Ai, que vergonha!
- Entende?
- Voce viu?
- Nada nao
- Que tedio
- Sera?
- Preciso fingir
- E dai?

Deslizam, molham, desaparecem.

Dizem muito, mas nao o que quero ou como quero. E esses nao encontro, nunca encontrei, so o seu J., que esta perdido, literalmente.

domingo, 4 de abril de 2010

Cutipurâneo

"A dança solo é um dueto entre o dançarino e o seu ambiente ou entre o dançarino e o seu mundo interior. O primeiro é subjetivamente real e o último é subjetivamente ideal. Mais concreto é o jogo e a interação entre as pessoas nas quais os ritmos de fuga e continuidade, de simpatia e antipatia aparece simultaneamente, portanto, mais poderosamente.
Na dança a capacidade de atuar, sentir e pensar se unificam numa forma concreta de expressão espiritual.
As direções espaciais combinadas entre tensões e sequências de tensões não são meros pensamentos simbólicos, mas acordes de gestos corporais encorpados de poder expressivo e intenção consciente.
A pessoa é um jogo unificado de pensamento e ação".

Rudolph Laban

sábado, 3 de abril de 2010

Florbela Espanca

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Portanto: cai né?

Parto.

Não quero que se parta
A parte, Porto,
Quero perto.
Não perda.

Desperta!
A partida!
Perpetue!
Por ti, por mim...
Pouco tempo!

Perdoe a porta!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A verdadeira piada

Querido J.,

Um ano. Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos. É muito tempo sabia?
Sinto sua falta mais que sinto qualquer outra coisa. É incrível como nunca encontrei alguém como você. E provavelmente nem vou encontrar. Estou duplicando distâncias e criando as que não tinha, talvez seja uma forma de esconder ou proteger. A nossa ainda pesa, dói, desmancha. Às vezes seja até besteira, mas houve uma certa "introversão" minha desde então. É verdade que encontrei o meu eixo original, mas de forma contraditória me perdi do que sempre foi característica minha, a simples alegria do ser. Contraí-me, e continuo. Estou aprendendo a me acorrentar a mim, e só, outras correntes só aumentam o peso e a dificuldade.
Imaginei várias vezes como seria a despedida, se estaria algum dia pronta para fazê-la e descobri que não. Não estarei pronta para me despedir tão cedo. Já me acostumei com a falta, apesar de sentir falta de conversar apenas por conversar, esses dias principalmente. Mas penso que foi bom pra você, e pra mim. Você foi atrás de atenção e menos turbulência, e eu aprendi a "independer", a crescer. Estou mais madura, você ficaria orgulhoso. Espero sinceramente que você esteja bem, e tenho certeza que está fazendo várias piadinhas por aí, e que estão rindo com você, assim como eu fazia há um ano atrás.
Não é mais saudade, são os sintomas de falta. Queria que fosse melhor, mas impeço-me!
Mande notícias, guardo você comigo!

Com carinho,
M.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pra manter ou mudar (a do piano)

"Agora reinvento
E refaço a roda, fogo, vento
E retomo o dia, sono, beijo
E repenso o que já li
Redescubro um livro, som, silêncio,
Foguete, beija-flor no céu,
Carrossel, da boca um dente
Estrela cadente
Tudo que irá existir
Tem uma porção de mim
Tudo que parece ser eu
É um bocado de alguém
Tudo que eu sei me diz do que sou
Tudo que eu sou também será seu"
M.C.A.


Só para relembrar sempre!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Exatas (finalmente nos entendemos)

É possível ser menos você? Tem horas que me sinto menos eu. É como uma adição matemática que tem como resultado um número negativo. Um número negativo não é o mesmo que um número positivo, eles podem até ter características em comum, afinal, é o mesmo algarismo, com sinais diferentes. Os lugares onde estou mudam meu sinal. É o mesmo algarismo, mesmo rosto, mesmo corpo, com menos riso e menos liberdade; com um sinal negativo. Estou negativa. Mas nesse caso, não sei se é o lugar.
Um número positivo multiplicado por um número negativo se transforma em negativo. A troca do sinal ocorre quando surge o tal do -1. O -1 pode ser interpretado em matemática financeira como a "falta de um". Dessa forma, um número positivo, quando acompanhado da "falta de um" se transforma em um número negativo. Eu estou acompanhada da "falta de um". Sinto falta. Será por isso que estou negativa? Talvez seja os dois fatores.
Esse tal do "um, por coincidência ou não, é um número ímpar, como eu. Temos características em comum, pertencemos a um mesmo grupo, mas não somos iguais. Quando estou rodeada por esse grupo, dos ímpares, me sinto mais eu. Um número ímpar é um número par somado a um. E é esse um a mais que me faz positiva. Os números pares não possuem esse "mais um". É por isso que com eles me sinto menos eu. Não temos características em comum. Eles não entendem como é ser um número ímpar.
E entre tantos números, sinais e operações entendo agora o meu domínio. Pertenço aos números ímpares, se e somente se, eu estiver acompanhada daquele um que me falta. Nessas condições sou positiva. Hoje estou negativa. Agora vocês sabem porque.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

498Km

É inevitável! Já fiz planos! Por que sou sempre tão antecipada? Por que será que nunca consigo sentar no banco da praça e esperar? Serei uma velhinha inquieta, com certeza serei da cozinha porque cozinhar é agitado. Mas voltando: já fiz planos! O meu problema é esse, sempre espero demais. Não que eu saiba sentar no banco da praça porque, como eu disse, eu realmente não consigo, mas espero cegamente que o outro sinta o mesmo que eu, na mesma intensidade. E é por isso que sempre acabo frustrada no sofá sábado a noite. Tenho que aprender a não me antecipar. Estava disposta dessa vez, mas a semelhança tão grande não deixou. Ou melhor, eu não deixei. Acreditei ter entendido finalmente aquilo de arroz e feijão, e isso me deixava muito feliz. Ainda deixa. Na verdade, entender eu entendi. Só não sei se sou só eu. Talvez tudo isso seja efeito da falta. É normal, é o começo. Tenho medo só que ela acabe com tudo o que se deu nesse meio termo. E provavelmente irá. Mas eu não queria. Queria que continuasse igual, e que melhorasse e meus planos se concretizassem. Mas parece que comigo tudo é mais complicado. Isso também. Às vezes um só sinal já seria o suficiente, por agora. Pra que essa falta se cale por um tempo. Sei lá! Não sei o que fazer: parte de mim acredita, a outra não. Vozes, sorrisos, batimentos, músicas, fotos, abraços, sonhos, dizeres que me confundem. Frases curtas. Pensamentos longos. Dúvidas intermináveis. Me sinto tão. É, só!

Sei lás

Mania de sei lás. Sei lá se é ilusão. Sei lá se sou só eu. Sei lá se devo ir em frente. O sei lá é uma herança. Saudade de sei lás. Sei lá.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Somewhere over the rainbow..."

Tem um arco-íris na minha janela. Faz tempo que eu não paro pra olhar um arco-íris, identificar suas cores, mensagens e lendas. Sete pinceladas da vida saindo de minha janela! Você quer me enviar algum sinal J.? É algo sobre as antigas cartas? Ou é você mesmo?
Acordei nessas últimas manhãs com uma voz vinda de fora. Uma voz como a sua! Quis conferir se era você mesmo, mas hesitei: poderia ser algum vizinho ou alguém que passou e a decepção não me faria nada bem, muito menos agora, que estou começando a acostumar. Talvez seja esse batalhão de coisas a pensar, sobra menos tempo pra pensar em você. Não é a melhor forma de esquecer, mas por enquanto, é a que tenho encontrado. Se amanhã eu ouvir a tal voz de novo vou atrás dela, não vou aguentar mais me segurar!
Mas de volta ao arco-iris. Arco-íris me deixam tão feliz! São alegres! É como se o céu estivesse sorrindo pra mim e me desejando um bom dia! Bom dia pra você também céu! Céu, você acha que vai dar tudo certo? Obrigada por colocar um arco-íris na minha janela! Eu sorri.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Nino Quincampoix

O que é preciso? Um livro de fotografias? E se eu não tiver o tal livro de fotografias? Ser eu? Será que vai dar certo? E quando é que não sou eu? Tricotar enquanto vejo os ponteiros se despedindo? Esperar a campainha? E será que funciona? De vez em quando eu não sei, agora por exemplo. Você aí! Não pode me dar uma resposta?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Por quês?

Sócrates, por favor me abandone! Já cansei de tantas perguntas!

"Perhaps..." (?)

Me sinto uma boba. Sinto falta. Sinto falta do que nem sei o que é. Sinto falta daquele calor, daquela água, daquele bom dia. Talvez seja você M., talvez seja você indo além, de novo.

Será?

O formspring me deixou incomodada com uma pergunta. Agora fico pensando como eu poderia fazer com que isso deixasse de ser uma hipótese e virasse realidade. Me seria muito útil! Será que funcionaria? Será que finalmente depois de tantos fracassos eu conseguiria? Já pensei tantas vezes na possibilidade, acho que daria tão certo! Mas existem ainda outros serás que me atormentam. Como por exemplo o que não vem de mim.

"Everybody needs a co-pilot"

"Would you be my co-pilot?"

Do filme "Up in the air"

A (suposta) resposta

Querida M.,

"No meio do caminho havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho."
Uma pedra não deveria ser o suficiente para derrubar alguém. Existem muitas pedras ao longo do caminho, principalmente no seu M. Seja forte o suficiente para, sem perder a postura, retirá-la dali, seja ela pesada o quanto fôr. Seu caminho continua apesar do tamanho da pedra ou do lugar onde ela se encontra. Afinal, olhe o lado positivo, é apenas uma pedra, não é um muro. Esse é o meu conselho para você, tenho certeza que vai dar conta do recado.
Tenho muitas saudades!

Com muito carinho,
J.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Para o início do fim

Verbo Ser

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Lembre-se de acreditar sempre!" F.A.

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz." Clarice Lispector

Querido J,
Essa semana foi uma semana de realização de sonhos, vc ficaria orgulhoso!

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Navio Fantasma

Querido J.

Depois de um longo tempo sem ver aquele velho navio, ontem o vi em alto-mar. Meu coração me contou em segredo que ele sentia falta daquela euforia que tivera na véspera da viagem. Fiquei sem reação, apressei o passo enquanto tentava segurar as várias emoções que pareciam saltar de mim. Fugi, como é de costume. Atrás de uma pilastra, observei-o. Fiquei a imaginar como seria aquela viagem, e por que não acontecera. Tudo aquilo que me perguntei na época e ainda pergunto. Ele continuava imponente, e diante de tanta magnitude me senti minúscula. O navio era muito importante pra mim, queria que um dia ele me explicasse. Ele já partira em outras aventuras depois de então, enquanto eu continuo a esperá-lo, ou a esperar aquela euforia toda. Por enquanto, ela tá escondida. E eu ainda não entendo.

Com amor,
M.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Post Scriptum (...)

Já se passaram 4 anos, procurei você, mas você já parece estar longe. Cansou de ficar aqui à beira da estrada esperando que eu chegasse né? Tudo bem, eu entendo, afinal eu demorei, fui em busca de minha própria estrada. Olha, eu confesso que eu errei, deveria ter seguido a nossa estrada antes, agora ela já virou campo, e aquele nosso destino tão certo se perdeu. No meio de tanto de nós, a gente se desatou com ela. Se fôra tudo aquilo tão certo que nos unia, você percebeu? Eu percebi, e senti falta. Sabe, decidi que não vou atrás de você, depois de tanto tempo, você merece seguir o seu caminho também, assim como eu fiz um dia. Mas eu queria que você soubesse que nesse dia, eu te levei comigo, afinal, eu voltei, não? Mesmo que você não saiba, eu voltei! Espero que um dia essa carta chegue até você, talvez você me perdoe então. Ela é uma despedida, de todo o ontem. Obrigada pela singularidade dele. E eu plometo, eu plometo!

J. esteja onde estiver, entregue pra mim?

domingo, 3 de janeiro de 2010

...?

Tá certo que o nosso mal jeito foi vital. Mas? Porém? Contudo? Entretanto? Todavia? Não obstante? ...?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

01.01

Caiu. Quebrou. Em um segundo a jarra virou caco. Em cada pedaço a dor de quem acordou com o pé esquerdo e não esperava aquela queda. A dor de ter perdido a utilidade, não poderia mais servir de consolo para a água, quando ela precisasse de um abraço. Seu destino agora era o lixo, junto de tudo o que já não servia mais. Junto de todos os sonhos e ontens que já teve. Longe da água.
Culpa da gravidade! Ou será que da própria jarra?

E agora José?