sábado, 15 de outubro de 2011

Seguindo viagem

Me deu vontade de escrever.
Esse blog está desatualizado, parou no tempo. O tempo que eu não tenho para tirar-lhe o atraso. E você? Tem um tempo? "O tempo a Deus pertence..."
Quis escrever sobre a poeira. A poeira da estrada de terra em direção á fazenda, que marrom-avermelhada-clara, espera, sapeca, a passagem de um carro para que possa fazer sua bagunça, encobrindo-o e incomodando-o.
A minha poeira baixou. Percebi e entendi as estradas que me trouxeram aqui, e agora consigo enxergar as que me levarão pra longe, para o Norte, "a caminho do mar".
Minha viagem continua, com temores às encruzilhadas, mas com muito cuidado para escolher a estrada certa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre navios, que insistem em ir sem apitar

"Os navios que entram a barra,
Os navios que saem dos portos,
Os navios que passam ao longe
(Suponho-me vendo-os duma praia deserta) –
Todos estes navios abstractos quase na sua ida,
Todos estes navios assim comovem-me como se fossem outra coisa
E não apenas navios, navios indo e vindo.

E os navios vistos de perto, mesmo que se não vá embarcar neles,
Visto de baixo, dos botes, muralhas altas de chapas,
Vistos dentro, através das câmaras, das salas, das despensas,
Olhando de perto os mastros, afilando-se lá pró alto,
Roçando pelas cordas, descendo as escadas incómodas,
Cheirando a untada mistura metálica e marítima de tudo aquilo –
Os navios vistos de perto são outra coisa e a mesma coisa,
Dão a mesma saudade e a mesma ânsia doutra maneira."