domingo, 12 de julho de 2009

Uma pausa para almoço, por favor?

Qual é o sentido? Por que não dá pra aceitar? Qual é o problema? Por que faz tão mal?
Talvez se você parasse de ouvir somente as suas vozes, você teria ouvido as minhas, que, consecutivamente tentaram te responder.
Você sabe que não é por mal, nem pirraça, manha, birra, show, burrice, loucura, doença ou seja lá como você quiser chamar. Eu ainda não tive um verão pra que eu pudesse fazer o tal sol. Você ainda não deixou. De repente você exigiu que eu sorrisse e achasse tudo lindo enquanto se despediam de mim meus contos de fada. Para alguém que ainda conversava com bonecas, não foi fácil. Eu tive medo, de escuro, de perder, de cair, de monstro e daquele prédio construído à minha frente sem que eu soubesse o que era. E você sumia. Começava a metamorfose: braços viravam palavras às pressas; confiança virava "ali e já volto"; laços viravam fitas de cetim sós; carinho, ofensa; bom senso, irresponsabilidade; e relacionamento virava decepção. E você? Quem virava você? Não sei. Nunca soube. Sei que você tentava convencer, o que fez com que a minha falta de opinião e tempo para formá-la também se metamorfoseassem. Viraram aversão. Às vezes bobas, mas sempre justificadas pelo coração. Se me fosse possível tomar fôlego, não existiriam inúmeros caracóis em mim como agora. Se me fosse possível, rebobinaria, assistiria e te daria as asas que tanto quer. E talvez aquilo ainda existiria. É um processo demorado, você sabe disso, assim como de tudo mais. Mas será que além de ouvidos seu imediatismo e egocentrismo tampam olhos também? Descubramos, não?

Desculpe-me J. Essa carta não pertence a você, mas se antes você ouviria esse desabafo todo, por que não agora?

3 comentários: